terça-feira, 19 de julho de 2011

Deputado Robson Leite cria projeto de Lei que institui o DIA DO JONGO

Dia Estadual do Jongo – Filme, Debate e Roda

O Jongo será homenageado pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Rio no dia 26 de julho, no Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Cultura no Rio. Haverá debates, mostra de cinema, rodas de jongo com grupos de todo o estado e a distribuição de uma cartilha comemorativa.

O deputado Robson Leite, presidente da comissão, fez um projeto de lei que institui o Dia do Jongo em nosso estado exatamente em 26 de julho, uma data que as comunidades jongueiras comemoram em todo o país há pelo menos 150 anos.

Também como parte da comemoração, Robson entregará a medalha Tiradentes, maior comenda do estado, a uma das mais conhecidas jongueiras da Serrinha: Tia Maria, que completará 91 anos em dezembro. fonte: www.blocodoclovis.blogspot.com

quinta-feira, 17 de março de 2011

Atores negros comentam polêmica de Tia Nastácia

Parecer do Conselho Nacional de Educação causa discussão também no meio artístico

Uma polêmica envolve a obra do consagrado escritor de literatura infantil Monteiro Lobato. Um dos seus livros, Caçadas de Pedrinho, está sendo acusado de conter declarações racistas contra a personagem tia Anastácia.

A seguinte descrição te
m sido um dos exemplos de suposto preconceito contra a etnia negra: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou [numa árvore], que nem uma macaca de carvão”.

Com isso, o CNE (Conselho Nacional de Educação) chegou a emitir um parecer em que sugeria a retirada da obra da lista dos livros fornecidos pela Secretarias de Educação para crianças do ensino fundamental.

Alguns artistas negros, que são referência na luta contra a discriminação racial, têm considerado essa atitude exagerada e não concordam com o veto à obra, como é o caso do ator Milton Gonçalves.

- Eu acho bobagem, isso é uma brincadeira com a tia Nastácia. Esse livro foi escrito há 50, 60 anos. Já tivemos maneiras e formas de preconceitos muito mais violentas, grosseiras e discriminatórias do que esta. Deixa o Monteiro Lobato, que brigou pelo petróleo, que escre
veu coisas bonitas... esse foi um escorregão dele ou não.

A atriz Aparecida Petrowky, que viveu a personagem Sandrinha na novela Viver a Vida (Globo), concorda com o veterano ator.

- Na época existia preconceito. O livro foi escrito em um momento. Tem a ver com a situação daquela época. Hoje a realidade é diferente. Acho bobagem querer retirar os livros.

O sociólog
o mineiro Daniel Martins, mestre em ciências sociais pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), defende que os livros sejam impressos com um adendo explicativo, para esclarecer às crianças o contexto em que a obra foi escrita, conforme indicado no parecer no CNE.

- É importante explicar para os estudantes que aquele tipo de expressão era utilizado na época em que o livro foi escrito, que o autor não tinha a intenção de chamar a raça negra de macaca. Se não for acompanhado de uma explicação, a criança pode achar que pode chamar o coleg
a negro de macaco, já que está no livro do Monteiro Lobato.

Ele destaca a importância do amplo debate sobre o assunto.

- Não há censura nenhuma, apenas o cuidado de explicar o livro para quem ainda está em formação e não tem o conhecimento necessário para interpretar a obra sozinha.
Jacyra Sampaio (à dir.) interpretou Tia Nastácia entre 1977 e 1985, em uma das versões do Sítio do Pica-pau Amarelo para a Globo; ao lado dela está a atriz Zilka Salaberry, que vivia Dona Benta - Foto: Divulgação

Entenda o caso

A denúncia de racismo contra o livro Caçadas de Pedrinho foi recebida no CNE, encaminhada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

O CNE, por sua vez, emitiu o parecer 15/2010, que sugeria a exclusão do livro do Programa Nacional Biblioteca na Escola, que distribui livros para as escolas públicas de todo o Brasil, ou a sua utilização com uma espécie de adendo explicativo sobre a questão racial.

Para ter validade, o parecer precisa ser homologado pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura). Em função da polêmica criada em torno do veto à obra de Lobato, o ministro Fernando Haddad devolveu a decisão ao CNE para que seja reconsiderada.

A Câmara de Educação Básica voltou a discutir o assunto na semana passada. Em nota, os conselheiros afirmaram que o colegiado “repudia qualquer forma de censura, discriminação, veto e segregação”.

O tema voltará a ser debatido durante a reunião ordinária de dezembro, marcada para os dias 8 e 9, quando os membros da câmara vão “verificar se existem pontos que possam ter sido eventualmente mal-interpretados quando de sua primeira publicação”, diz a nota.